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terça-feira, junho 27, 2006

Introdução - O Homem e a Escrita

Todas as vezes que os homens se viam na iminência de perpetuar, de registrar os momentos que a História lhes apresentava, a necessidade da escrita se fazia lei. Em todo o tempo, o cronista – homem que escreve – reinava soberano. Pela metade do século XIV, o clérigo Jean Froissart escolhe sua ocupação: celebrar os fatos importantes protagonizados pelos príncipes e cantar o amor cortês. Porém, a profissão de homem de letras, de então, é exercida nas cortes. Froissart idealiza o projeto de escrever uma história das guerras de seu tempo.

Encorajado pela rainha em sua vocação de historiógrafo, ele freqüenta os senhores ingleses e os cavaleiros franceses feitos prisioneiros na batalha de Poitiers com a qual começa esta primeira crônica. Três outras a ela se seguirão, em fins do século XV, sob o título de “Crônicas da França, da Inglaterra e da Escócia, da Espanha, da Bretanha, de Flandres e arredores”. Englobam não menos de três quartos do século XIV, a maior parte narrando a Guerra dos Cem Anos. Cronista e historiógrafo de gênio, Froissart relatou, em seus mínimos detalhes, os objetivos concernentes a tais momentos históricos.

Vinte mil anos antes de nossa era, em Lascaux, homens traçam seus primeiros desenhos. Será preciso esperar 17 milênios para que se inicie uma das mais fabulosas facetas da história da humanidade – a escrita. Acredita-se naturalmente que aqueles que inventaram os primeiros signos escritos queriam perpetuar rastros de suas lendas. Os primórdios da história da escrita são bem menos... românticos!